quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Absurdos quase circences (e eleitorais)


Há coisa que deveria ser básica e óbvia para todo mundo que acha que misturar política e religião é errado, e que a ideia é fácil de ser discernida ao ponto de excretar qualquer palavrório imediato e irrefletido, "aprendido" sabe-se lá onde:

Primeiramente, religião é uma prática, derivada de uma mente, e tem a ver com a moral, ética e cultura -- de um povo --, e a igreja, uma instituição, ainda que seja algo relacionado a esta mente, acarreta diferenças de exame e maior complexidade, tocando no ponto da articulação social de instituições e sua(s) função(ões) na ação.

E um dogma tem a ver com a ideia de revelação sobrenatural, está relacionada a mandamentos, pecados, vida eterna, essas coisas. Tratando-se de algo que pode ser questionado no sentido negativo -- cético e desconstrutor. Aquilo é o que é, e não pode ser diferente por questão de gosto. A única possibilidade é entender como e por que é o que é, e aceitar ou não.

Se algo que é expressado por um dogma, ou alguma ideia bíblica, é na prática, concreta e logicamente, melhor que seu contrário, qual é a relevância da ideia de dogma, para dizer que um candidato que usa o título "pastor" e defende coisas defendidas mais por cristãos está impondo DOGMAS, e principalmente IMPONDO?

Quem diz que uma pessoa que COMPROVA a melhor qualidade de seus pensamentos e propostas, de natureza cristã ou não, é alguém que está IMPONDO algo, nada mais está fazendo do que se projetar no adversário, sendo ele mesmo um defensor -- velado -- da imposição, visto que se trata de uma guerra de visões, não de luta pela verdade. E o uso das palavras denuncia a mentalidade do projetante.

Se eu digo que 1+1=2, ou que armas de fogo não devem ser proibidas, ou ainda que sexo só com fins reprodutivos e matrimoniais é melhor por n razões, incluindo a prevenção 100% da AIDS (coisa que preservativos não fazem), havendo provas das três asserções, qual é a inteligência de dizer que uma verdade está sendo imposta, enquanto verdade mesmo? Se todo homem deseja a verdade, quem reclama de imposição só pode preferir a mentira.

O que leva a outro tipo de figura: o cristão que opõe cristianismo à ação política.

É o sujeito que cede lugar ao pecado num dos campos em que ele mais deveria ser contido, por engolir sociedades inteiras, do campo moral ao do poder, inclusive no aspecto econômico. E a intenção do cristianismo, por definição, não é combater o pecado?

O pecado está em todo lugar menos na ação política? Em países onde há a intenção de comunismo, o fato de ser um cristão e pregar já é considerado um ato político -- e burguês, devendo ser erradicado. Que tal dar liberdade e amor, do evangelho, que o cristão antipolítica adora pregar, para Mao Zedong (além de outros, como Adolf Hitler, Fidel Castro, Kim Jong Un, Nicolae Ceaucescu, e a lista não termina tão logo) assassinar milhões de pessoas em nome da revolução?

Que evangelho é este que colabora para a revolução se instalar e, como uma sepultura, engolir toda a sociedade, inclusive não cristãos, sem ocasionar transgressão aos dois maiores mandamentos, e a negação do mundo concreto, obra de Deus, que foi deixado aos cuidados do homem, em prol de algum ascetismo estranho?

É quase engraçado. Quase. Porque é bizarro.

Cristãos são cidadãos de segunda classe em virtude de serem cristãos?

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Como água e óleo


Cada vez que alguém reclama de quem consegue simultaneamente ter amigos gays e não achar o homossexualismo lindo e incriticável, só consigo pensar o seguinte: o gay não é uma pessoa, é um ânus gigante, e para ser amigo dele tem de vê-lo apenas como um tal. Ele é apenas sexualidade, não é inteligente, não é humano. É nada além do KY. Toda a sua vida, complexidade e individualidade se diminuem em favor de um momento insuportável de tensão e de angústia, o momento da divergência, obrigando-o a vociferar e calar o mundo para se sentir bem consigo. É proibido divergir. Pensar é um crime hediondo. Fanatismo é a lei. Não há pessoa que tem a propriedade de ser gay, mas o gay que tem a propriedade de ser pessoa. Vê-lo diferente disto é homofobia. Logo, homofobia é vê-lo como um ser humano, uma criatura complexa, um ente inteligente, um ser resiliente e consciente, uma realidade que tem experiências pessoais e vive de vários momentos e realidades por minuto, um microcosmo, e não determinado e nem determinista como um animal, de puro estímulo. Homofobia é vê-lo como alguém. Legal e moral é vê-lo como uma coisa. Bom mesmo é ser uma máquina de sodomia, cujo único propósito existencial é o coito. Os autoproclamados defensores dos gays são, no fim das contas, a pior ameaça aos mesmos, por reduzir a magnanimidade de sua humanidade ao sexo, enquanto, também, fazem da humanidade alheia um objeto de manipulação pelo politicamente correto e por diversos outros artefatos de ditadura do pensamento e de controle subjetivo. Gayzismo é por definição um atentado à educação, uma ode à debilidade mental, um ato de louvor à deformação do homem e a adoração prestada à destruição. Gays que se prezem não se envolvem com ideologia e politização anal. Fazem de si água ao óleo.